Marta é mencionada apenas por São Lucas (10, 38-42) e por São João (11, 12ss.). A semelhança entre as imagens de Marta apresentadas por São Lucas e por São João é muito notável. O relacionamento familiar entre o Salvador do mundo e a humilde família retratada por São Lucas é de certo modo confirmado por São João, quando nos diz que “Jesus amava Marta, sua irmã Maria e Lázaro” (11, 5).
A famosa ansiedade de Marta durante a visita de Nosso Senhor, descrita por São João (11, 20-21, 39), que lhe mereceu uma gentil admoestação do Divino Salvador, está de acordo com a mulher “ocupada com muito serviço” descrita por São Lucas (10, 40). Pois é São João quem escreve (12, 2): “Ofereceram-lhe lá um jantar e Marta servia”.
Quem nos dá um vislumbre do lado mais profundo do carácter de Santa Marta é São João, quando descreve a sua fé crescente em Cristo (11, 20-27). Assim, quando ela insinua a Nosso Senhor que ressuscite o irmão, o Divino Mestre responde-lhe que Lázaro há de ressuscitar; e ela, mostrando a sua crença no dogma da ressurreição final, responde: “Eu sei que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia”. O Redentor diz-lhe então: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em Mim, ainda que morra, viverá; e todo aquele que vive e crê em Mim, não morrerá. Crês isto?” O que levou Marta a fazer um acto de fé na divindade de Cristo: “Sim, Senhor, creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus, que veio a este mundo”.
Segundo a lenda, depois da morte da Santíssima Virgem, Marta, Lázaro e Maria Madalena foram postos pelos judeus numa frágil embarcação, à mercê das ondas, a qual chegou às margens da Provença, em França pelo ano 48 da nossa era. Aí, a santa participou do apostolado de seu irmão, que se tornou Bispo de Marselha.
Também consta que, depois de ter operado um milagre em favor dos habitantes de Tarascon, Santa Marta converteu os habitantes de Aix-en-Provence. Estabeleceu então nessa terra uma comunidade de virgens em honra de sua irmã, Santa Maria Madalena, levando uma vida muito mortificada, a pão e água, e de contínua oração. Morreu por volta do ano 81.
Os primeiros a dedicar uma festa litúrgica a Santa Marta foram os frades franciscanos. Após ter sido estabelecida, em 1262, para o dia 29 de Julho, esta celebração difundiu-se e o povo cristão passou a celebrar Santa Marta como Padroeira dos anfitriões, dos hospedeiros, dos cozinheiros, dos nutricionistas e dos dietistas.
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