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segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Santo do dia 03/08 - São João de Deus



Inúmeros são os caminhos da santidade, como demonstra a vida deste extraordinário santo. “João Ciudad” nasceu em Montemor, Évora (Portugal), a 8 de março de 1495. Com 8 anos fugiu de casa. Em Oropesa, na Nova Castela, onde parou a primeira vez, como não soubessem seu nome, começaram a chamá-lo de João de Deus. Até aos 27 anos foi pastor e camponês. Depois alistou-se entre os soldados de aventura. Na célebre batalha de Pavia entre Carlos V e Francisco I ele estava entre os vencedores, com Carlos V.

Mais tarde participou da defesa de Viena, contra Solimão II. Terminada a aventura militar, com algum dinheiro no bolso, viajou pela Europa e acabou indo para a África. Lá fez de tudo, até vendedor ambulante em Gibraltar. De volta abriu uma pequena livraria em Granada. Foi aí que, ouvindo um sermão de João de Ávila, ele trocou de vida. Vendeu tudo e deu aos pobres. Ficou até descalço e andava pelas ruas de Granada pedindo esmola e pronunciava a frase que se tornaria o emblema de uma instituição: “Fazei bem, irmãos, a vós mesmos”. Foi mal interpretado pela gente que o colocou num hospício.

Foi providencial, por que João apenas se livrou daquele inferno; fundou um hospital onde realmente se curavam os doentes com humanidade, usando um método seguido quatro séculos mais tarde por Freud. E, também sem estudos de medicina, João de Deus, superava os médicos na eficiência das curas. A cura do espírito era uma premissa muito eficaz para a cura do corpo. João de Deus recolheu seus colaboradores numa grande família religiosa: “Fazei-bem-irmãos”. João morreu aos 55 anos precisamente no dia do seu aniversário, 8 de março de 1550. Foi canonizado em 1690. Leão XIII o declarou padroeiro de todos os hospitais e de todos os que trabalham para restituir a saúde aos enfermos.

Outros Santos do mesmo dia: São Pôncio, Santos Filemão e Apolônio, São Félix de Dunwich, São Julião de Toledo, Santo Hunfredo, São Dutaco, São Veremundo, Santo Estevão de Obazine, Beato Vicente de Cracóvia e Beato Faustino Miguez.

domingo, 2 de agosto de 2020

Santo do dia 02/08 - Nossa Senhora dos Anjos

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A pouca distância da cidade de Assis, Itália, em uma espaçosa planície está situada a Igreja de Nossa Senhora dos Anjos. A primeira ermida foi construída no ano de 352, por quatro peregrinos vindos de Jerusalém, que veneravam ali uma relíquia do túmulo da Santíssima Virgem, dedicada a Maria, assunta ao céu pelos anjos, e daí derivou o título: Santa Maria dos Anjos.

Diz a lenda que, nas vésperas de algumas solenidades, desciam de noite numerosos coros de anjos, que cantavam aleluias em muitas vozes e faziam grandes festas. Por essa razão, era conhecida como Santa Maria dos Anjos. Chamava-na também de Porciúncula, porque, conforme a tradição, os beneditinos tinham vivido ali antes de se instalar no Monte Subásio, e lhes haviam dado uma pequena porção de terra para o cumprimento de suas obrigações monásticas.

Basílica de Santa Maria dos Anjos, de imponentes dimensões, é a sétima em ordem de grandeza entre as igrejas cristãs.

Em março de 1569 foi colocada a pedra fundamental pelo bispo de Assis, Filippo Geri, da majestosa Basílica de Santa Maria dos Anjos que, por vontade do papa Pio V, abrigaria em seu interior a capela da Porciúncula.

O projeto foi feito pelo arquiteto perugiano Galeazzo Alessi. A construção terminou somente em 1679. Com o terremoto de 1832, ficou totalmente danificada. Porém, saíram ilesas a cúpula e a Capelinha da Porciúncula. Foi reconstruída por Luigi Poletti. Em 1930, foi colocada a estátua áurea de Nossa Senhora dos Anjos, obra do escultor Colasanti.

No interno da Basílica há três naves, de uma grande beleza e harmonia, e uma série de capelas laterais. No centro, debaixo da cúpula, se encontra a Capela da Porciúncula, decorada externamente com pinturas de Andréa d’Assisi. No teto, um tabernáculo gótico, renovado depois do terremoto de 1832.

A construção de uma grandiosa Basílica a Nossa Senhora dos Anjos responderia ao desejo de englobar a pequena capela e os outros ambientes onde Francisco viveu, num único ambiente e ser capaz de conter maior quantidade de peregrinos em visita a Porciúncula. Restaurada por São Francisco, a primeira capela de Santa Maria dos Anjos, que o santo recebeu dos beneditinos de Subásio, estão ali também o primeiro convento e a capela do Trânsito, lugar onde São Francisco morreu, em 4 de outubro de 1226.

Frei Tomás de Celano, primeiro biógrafo de São Francisco, narra o amor do santo para com aquele local dedicado à Nossa Senhora, chamado “Porciúncula”, que quer dizer “Pedacinho”:

O santo teve uma preferência especial por esse lugar, quis que os frades o venerassem de maneira toda particular e que fosse conservado como espelho de toda a sua Ordem na humildade e na extrema pobreza.

A Porciúncula conserva todo o frescor da primitiva austeridade franciscana. As pedras recordam as mãos frágeis do restaurador Francisco de Assis. Milhões e milhões de pessoas se prostraram aqui para encontrar a paz e o perdão na grande indulgência da Porciúncula. Os peregrinos que chegam à porta da grande Basílica de Santa Maria dos Anjos, se sentem atraídos pela pequena igreja, que está bem no coração do santuário.

Foi naquela capela que Francisco recebeu a célebre indulgência do “Dia do Perdão”, celebrado anualmente a 2 de agosto. A festa do Perdão é ainda hoje uma da mais importantes da Ordem Franciscana. Esta indulgência foi estendida à toda Igreja Católica pelo Papa Pio XII.

Diz a história: Uma noite do ano 1216, Francisco estava em profunda contemplação na pequena igrejinha da Porciúncula, quando improvisadamente apareceu uma grande luz e Francisco viu sobre o altar, Cristo revestido de luz e, à sua direita, a Mãe Santíssima cercada por uma multidão de anjos. Francisco adorou em silêncio com o rosto por terra o seu Senhor.

-"Pede o que deseja para a salvação das almas", disse Jesus.
A resposta de Francisco foi imediata.
- "Santíssimo Pai, eu sei que sou um miserável e pecador, te peço para que todos os penitentes que se confessarem e irem visitar esta igreja seja lhes concedido amplo e generoso perdão, com uma completa remissão de todos as culpas".
- "Aquilo que tu me pedes, Francisco, é grande", lhe disse o Senhor. "Porém de coisas maiores tu és digno e as terás. Acolho, portanto, o teu pedido, mas quero que tu peças ao meu vigário na terra, de minha parte, esta indulgência".

Francisco se apresentou ao papa Onório II, que se encontrava em Perúgia e, com simplicidade, lhe contou a visão que tivera. O papa o escutou com atenção e depois de certa hesitação, lhe perguntou: "Por quantos anos quer esta indulgência?" - "Santo Padre, não peço anos, mas almas”, respondeu Francisco.

E, feliz, saiu apressado, mas o papa o chamou de volta e disse: "Como, você não quer um documento? Santo Padre, para mim basta a vossa palavra! Se esta indulgência é obra de Deus, ele se encarregará de manifestá-la, eu não preciso de nenhum documento. Este documento deve ser a Santíssima Virgem Maria, Cristo o tabelião e os anjos as testemunhas.

Uns dias mais tarde, junto com os bispos da Úmbria, disse chorando ao povo reunido na Porciúncula: “Irmãos meus, quero mandar-vos todos para o Paraíso”!

No Brasil, existem muitas paróquias e templos dedicados a Nossa Senhora dos Anjos

sábado, 1 de agosto de 2020

Santo do dia - 01/08 Santo Antônio Maria de Ligório


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Santo Afonso de Ligório nasceu na Itália, em 27 de setembro de 1696. Aos 16 anos de idade, doutorou-se em direito civil e eclesiástico. Após 10 anos trabalhando como advogado, atendendo aos pobres, seguiu para a vida religiosa. Foi ordenado sacerdote aos 30 anos, em 1726.

Em 1732, fundou a Congregação do Santíssimo Redentor (padres Redentoristas). No convento, completou sua importante obra literária, composta de 120 livros e tratados. Entre os mais célebres estão: Teologia moral; Glórias de Maria, Visitas ao Santíssimo Sacramento; e o Tratado sobre a oração.

Morreu aos 91 anos, no dia 1º de agosto de 1787, em Salermo, na Itália. Foi canonizado em 1839 e declarado doutor da Igreja em 1871. O Papa Pio XII proclamou Santo Afonso Maria de Ligório Padroeiro dos Confessores e dos Teólogos de Teologia Moral em 1950.

ORAÇÃO:

Ó Deus que marcastes pela vossa doutrina a vida de Santo Afonso Maria de Ligório, concedei-nos, por sua intercessão, que sejamos fiéis à mesma doutrina, e a proclamemos em nossas ações. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Santo Afonso Maria de Ligório, rogai por nós.

sexta-feira, 31 de julho de 2020

Santo do dia 31/7 – Santo Inácio de Loyola, Confessor

O Fundador da Companhia de Jesus foi um dos pilares da luta contra a heresia protestante por meio da Contra-Reforma. A sua radicalidade e a coerência do seu espírito tornaram-se proverbiais. A sua grande habilidade nas coisas práticas e na direcção da obra que fundou não o impediu de figurar entre os grandes místicos da Igreja.
Último dos 13 filhos de D. Beltrán de Loyola e D. Maria Sonnez, Inácio nasceu em 1491 no castelo de Loyola. Aos 16 anos, foi enviado como pajem para o palácio de Juan Velásquez de Cuellar, contador maior dos Reis Católicos Fernando e Isabel, o que lhe permitiu estar em contato contínuo com a corte. Bem dotado física e intelectualmente, e afeito aos exercícios das armas, o jovem Inácio procurava avantajar-se sobre os seus iguais e alcançar renome de homem valoroso, honra e glória militar. Ou, como ele mesmo diz com humildade na sua autobiografia, “até aos 26 anos, foi um homem dado às vaidades do mundo, e deleitava-se principalmente no exercício das armas e no vão desejo de ganhar honra”.
Ouvindo falar dos grandes feitos dos seus irmãos em Nápoles, envergonhado com a sua ociosidade, participou em algumas campanhas com seu tio, o Vice-rei de Navarra. Depois, foi enviado em socorro de Pamplona, assediada pelos franceses: era a hora da Providência. Apesar de a desproporção das forças em favor dos Franceses ser esmagadora, Inácio recusou-se a capitular e, após confessar-se com um companheiro de armas, convenceu os seus a resistirem até ao fim. No meio da batalha, a bala de uma bombarda atingiu-lhe uma das pernas, partindo-a em vários pontos; a outra também foi duramente ferida, Inácio caiu por terra e os seus companheiros renderam-se.
Seria longo narrar todas as torturas a que este soldado se submeteu no castelo paterno para não ficar aleijado – pois como poderia aparecer assim na corte? Seguiu-se uma longa convalescença, altura em que leu a vida de Cristo e dos santos – os únicos livros existentes no castelo –, os quais fizeram com que a sua conversão se desse da maneira mais radical.
O primeiro pensamento do novo soldado de Cristo foi ir para a Terra Santa e viver em oração, penitência e contemplação nos lugares onde se operou a nossa Redenção. Fez uma confissão geral em Montserrat e depôs a espada no altar da Virgem. Depois disso, viveu algum tempo em Manresa, onde recebeu grandes favores místicos e escreveu os seus famosos Exercícios Espirituais.
Como não lhe permitiram ficar em Jerusalém por causa da tensa situação que ali reinava, Inácio voltou a Barcelona, para estudar e se preparar para o sacerdócio. Em seguida, partiu para Alcalá e depois para Salamanca. Nesta cidade, por causa da sua pregação e de reunir discípulos sendo ainda leigo – atitude perigosa naquela época de novidades malsãs e de heresias –, foi denunciado à Inquisição e preso, até que a sua inocência fosse reconhecida.
Resolveu então ir para Paris, para estudar na famosa universidade local. E foi aí que a Providência o fez encontrar os seis primeiros discípulos, com os quais fundaria a Companhia de Jesus; entre eles, estavam São Francisco Xavier, o grande Apóstolo da Índia e do Japão, e São Pedro Fabro.
Após fazerem os votos em Montmartre – facto que marcou o início da Companhia –, os membros deste grupo encontraram-se em Veneza. O seu plano era irem à Terra Santa, mas entretanto trabalhavam nos hospitais.
Como, passado um ano, ainda não tinham conseguido realizar o seu intento, decidiram ir para Roma a fim de se colocarem à disposição do Sumo Pontífice. Nas proximidades da Cidade Eterna, Inácio teve uma visão na qual Nosso Senhor lhe prometeu ser-lhe favorável.
O papel dos Jesuítas na Contra-Reforma católica foi essencial. À época, pareciam ameaçadas e mesmo perdidas para o protestantismo, não só a Alemanha, mas também a Escandinávia, a Boémia, a Polónia, a Bélgica, a Holanda e a Áustria, havendo infiltrações dessa seita em França e na própria Itália.
Santo Inácio enviou os seus discípulos a essas regiões infectadas, e eles foram reconduzindo para a Igreja ovelhas desgarradas na própria Alemanha. Aí trabalharam Pedro Fabro, Cláudio Le Jay e Bobadilha; mas o grande apóstolo dos povos germânicos, que obteria inúmeras reconversões, foi São Pedro Canísio, que hoje é considerado, e com razão, o segundo apóstolo da Alemanha, depois de São Bonifácio.
O papel dos Jesuítas foi também primordial no Concílio de Trento, onde brilharam os padres Laynez e Salmeron, bem como nas universidades e nos colégios, imunizando a juventude europeia contra o erro.
Santo Inácio de Loyola queria uma Companhia de escol para combater os erros da época, principalmente os de Lutero e Calvino. Por isso, estipulou que, diferentemente das outras congregações ou ordens religiosas, o seu noviciado seria de mais de um ano. Dizia ele no fim da vida, quando a sua Companhia já estava estendida por quase todos os continentes: “Se eu desejasse que a minha vida fosse prolongada, seria para redobrar a vigilância na escolha dos nossos súbditos”.
Quando um noviço não servia, Inácio não tinha contemplações, nem pela sua posição social. Assim, expulsou da Companhia o filho do Duque de Bragança, sobrinho do grande benfeitor da Companhia que foi D. Manuel de Portugal, e um primo do Duque de Bivona, parente do Vice-rei da Sicília, que era também seu amigo e benfeitor.
São Francisco Xavier – a sua mais preciosa conquista – tinha tanta veneração por ele, que muitas vezes lhe escrevia de joelhos. E nos perigos e tempestades no Oriente, invocava o seu nome, trazendo ao pescoço, como protecção, junto aos seus votos de profissão, a assinatura do Padre Inácio. Xavier afirmava constantemente: “O Padre Inácio é um grande santo”. Laynez, outro dos primeiros discípulos de Inácio e seu sucessor no generalato da Companhia, também o venerava como santo, do mesmo modo que São Francisco de Borja, terceiro Superior Geral da Companhia.
A vida interior de Santo Inácio era profunda e passava-se constantemente na presença de Deus. Conforme narra na sua autobiografia, quando queria encontrar a Deus, bastava-lhe recolher-se. Tinha repetidas visões, sobretudo quando teve de redigir as Constituições da Companhia ou de acertar pontos importantes da mesma; essas visões eram constantes também quando celebrava a Missa.
As suas vestes foram sempre pobres e sem enfeites, mas limpas e asseadas, pois, conquanto amasse a pobreza, a pouca limpeza nunca lhe agradou.
Santo Inácio faleceu no dia 31 de Julho de 1556.

quinta-feira, 30 de julho de 2020

Santo do dia 30/7 – São Pedro Crisólogo, Bispo, Confessor e Doutor da Igreja


Um dos maiores pregadores da Igreja do seu tempo, a sua eloquência mereceu-lhe o cognome de Palavra de Ouro. Pouco se sabe dos seus primeiros anos. Consta que nasceu em Ímola, Itália, por volta de 380, de pais católicos praticantes. Foi baptizado, educado e ordenado diácono muito cedo por Cornélio, bispo da sua cidade, a quem chama pai.
Uma vez ordenado, tornou-se tão grande pregador, que era amado não só pelos seus fiéis, mas também por Gala Placídia, irmã do futuro imperador e regente do Império Romano Valentiniano III. A Imperatriz insistiu para que ele fosse arcediago da igreja de Ravena, então capital do Império do Ocidente. Mais tarde, o Imperador usou da sua influência para que se tornasse Arcebispo da mesma cidade, sendo sagrado pelo próprio Papa Sisto III. Consta que o Príncipe dos Apóstolos apareceu em sonhos ao Sumo Pontífice, a fim de o indicar para aquela sé vacante.
São Pedro Crisólogo viveu numa época muito tumultuosa. E, pelo facto de estar na capital do Império, teve de agir no meio a temores e sobressaltos na paz. Os bárbaros, godos, vândalos e hunos, apresentavam-se diante de Ravena, onde entravam queimando e saqueando. O Imperador tinha de fazer pactos, sempre muito precários. Por seu lado, a Igreja era ameaçada por várias heresias a respeito das naturezas de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Felizmente, para bem da Igreja e da verdade, o I Concílio de Éfeso – realizado em 431, e no qual brilhou São Cirilo de Alexandria – definiu as duas naturezas, humana e divina, do Filho de Deus. Mas não foi ainda a paz, pois Eutiques, sacerdote de Constantinopla, começou a pregar que as duas naturezas de Jesus se haviam fundido numa só. 
São Leão Magno enviou-lhe então uma carta, na qual expunha magistralmente o dogma da Encarnação do Verbo. O heresiarca, conhecedor da influência de São Pedro Crisólogo na Igreja, escreveu-lhe, tentando conquistá-lo para o seu lado; mas o santo respondeu-lhe: “Li tristemente a tua triste carta, e percorri com grande aflição os teus torturantes escritos. Porque, tal como a paz das igrejas, a concórdia dos sacerdotes e a tranquilidade do povo nos enchem de satisfação, duma alegria toda celeste, assim a divisão dos irmãos nos aflige e nos deprime, sobretudo quando se deve a semelhantes causas… Disputa-se temerariamente a geração de Cristo, que a divina lei nos propôs como inexplicável. 
Não ignoras para que desvarios foi Orígenes atirado ao procurar os princípios, e Nestório ao discutir as naturezas… Por isso te exortamos, irmão honorável, a que te submetas ao que foi escrito pelo bem-aventurado Papa de Roma; porque São Pedro, que vive e preside na cátedra, dá a verdade de fé aos que a procuram. Quanto a nós, afeiçoados que somos à paz e à fé, não podemos interpretar as causas da fé sem o consentimento do Bispo de Roma”.
Finalmente, em 451, o Concílio de Calcedónia confirmou a doutrina reconhecida pelo Concílio de Éfeso.
Nesse mesmo ano, sentindo aproximar-se a sua hora, São Pedro pediu dispensa do bispado e retornou a Ímola, onde havia iniciado a sua vida sacerdotal. No dia seguinte à sua chegada, rezou a Santa Missa pela manhã na igreja de São Cassiano, e pediu aos fiéis para ser enterrado ali, perto do altar. Expirou serenamente ao meio-dia.

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Santo do dia 29/7 – Santa Marta, Virgem


Marta é mencionada apenas por São Lucas (10, 38-42) e por São João (11, 12ss.). A semelhança entre as imagens de Marta apresentadas por São Lucas e por São João é muito notável. O relacionamento familiar entre o Salvador do mundo e a humilde família retratada por São Lucas é de certo modo confirmado por São João, quando nos diz que “Jesus amava Marta, sua irmã Maria e Lázaro” (11, 5).
A famosa ansiedade de Marta durante a visita de Nosso Senhor, descrita por São João (11, 20-21, 39), que lhe mereceu uma gentil admoestação do Divino Salvador, está de acordo com a mulher “ocupada com muito serviço” descrita por São Lucas (10, 40). Pois é São João quem escreve (12, 2): “Ofereceram-lhe lá um jantar e Marta servia”.
Quem nos dá um vislumbre do lado mais profundo do carácter de Santa Marta é São João, quando descreve a sua fé crescente em Cristo (11, 20-27). Assim, quando ela insinua a Nosso Senhor que ressuscite o irmão, o Divino Mestre responde-lhe que Lázaro há de ressuscitar; e ela, mostrando a sua crença no dogma da ressurreição final, responde: “Eu sei que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia”. O Redentor diz-lhe então: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em Mim, ainda que morra, viverá; e todo aquele que vive e crê em Mim, não morrerá. Crês isto?” O que levou Marta a fazer um acto de fé na divindade de Cristo: “Sim, Senhor, creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus, que veio a este mundo”.
Segundo a lenda, depois da morte da Santíssima Virgem, Marta, Lázaro e Maria Madalena foram postos pelos judeus numa frágil embarcação, à mercê das ondas, a qual chegou às margens da Provença, em França pelo ano 48 da nossa era. Aí, a santa participou do apostolado de seu irmão, que se tornou Bispo de Marselha.
Também consta que, depois de ter operado um milagre em favor dos habitantes de Tarascon, Santa Marta converteu os habitantes de Aix-en-Provence. Estabeleceu então nessa terra uma comunidade de virgens em honra de sua irmã, Santa Maria Madalena, levando uma vida muito mortificada, a pão e água, e de contínua oração. Morreu por volta do ano 81.
Os primeiros a dedicar uma festa litúrgica a Santa Marta foram os frades franciscanos. Após ter sido estabelecida, em 1262, para o dia 29 de Julho, esta celebração difundiu-se e o povo cristão passou a celebrar Santa Marta como Padroeira dos anfitriões, dos hospedeiros, dos cozinheiros, dos nutricionistas e dos dietistas.

terça-feira, 28 de julho de 2020

Santo do dia 28/07 São Nazário e São Celso


O Martirológio Romano traz duas entradas relativas a estes dois mártires. Uma, no dia de hoje, que diz: “Em Milão, natalício [para o Céu] dos santos mártires Nazário e jovem Celso. Depois de longamente maltratados e torturados no cárcere, Anolino mandou matá-los à espada, no auge da perseguição de Nero”. A outra é no dia 10 de Maio, e diz: “Em Milão, invenção dos santos mártires Nazário e Celso. Nessa ocasião, o bem-aventurado Ambrósio encontrou o corpo de São Nazário, coberto de sangue recente. Trasladou-o para a basílica dos Santos Apóstolos, juntamente com o corpo do bem-aventurado Celso, um jovem educado por Nazário. O juiz Anolino mandara passar ambos à espada aos 28 de Julho, na perseguição de Nero. Nessa data, também se celebra a festa do seu glorioso martírio”.
Nero foi Imperador de 54 a 68 da era cristã; logo, foi nesse período que os dois mártires deram a sua vida pela fé. Por sua vez, Santo Ambrósio foi Bispo de Milão de 374 a 397, e foi durante o seu pontificado que, por divina revelação, ficou a saber onde estavam enterrados Nazário e Celso. Portanto, mais de 200 anos depois do martírio, o corpo de Nazário, segundo diz o Martirológio, estava ainda “coberto de sangue recente”, o que significa que ocorreu uma série de milagres sucessivos relativos à descoberta desses corpos.
Após trasladar o corpo de Nazário para a basílica dos Apóstolos, Santo Ambrósio começou a falar, quando um possesso o interrompeu, gritando: “Ambrósio tortura-me!” O prelado voltou-se para ele e disse: “Cala-te, demónio! Não é Ambrósio que te tortura, mas a fé dos santos, e a tua inveja, pois vês homens subirem ao cume de onde tu caíste”, o que fez o possesso calar-se.
A tradição milanesa coloca a morte dos dois santos no dia de hoje. Sempre se julgou em Milão que o corpo de Celso não foi levado para a basílica dos Apóstolos, mas se encontrava na igreja onde, no século x, o Bispo Landulfo fundou um mosteiro.
A glória dos velhos santos milaneses ficou um tanto eclipsada pela descoberta, por Santo Ambrósio, dos mártires santos Gervásio e Protásio, Nazário e Celso, que conquistaram celebridade muito além de Itália. As suas relíquias espalharam-se por vários lugares da cristandade.

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Santo do dia 27/07 - São Clemente de Ochrida



Hoje dia 27 de Julho é o dia de São Clemente de Ochrida, que ganhou o título de "o Búlgaro”, por dedicar sua vida religiosa a religião da Bulgária deixando marcas profundas de sua presença na região.
Pouco se sabe sobre o nascimento de São Clemente de Ochrida, há relatos dele datados do século IX quando o príncipe de Moravia solicitou ao imperador de Constantinopla pediu para que lhe fossem enviados evangelizadores de origem germânica.
No período de São Clemente de Ochrida os rituais litúrgicos eram diferentes entre os missionários latinos e germânicos, pois nesta época ainda não existiam padrões para todos os rituais católicos. Na região da germânia os irmãos Cirilo e Metódio seguiam para lá com os "Apóstolos do Oriente", levando colaboradores, e um deles era o próprio São Clemente de Ochrida que com grande dedicação devido e à sua cultura tornou-se colaborador direto de Metódio na adaptação a liturgia do Oriente para as populações da região.
São Clemente de Ochrida fez inúmeras viagens com Cirilo e Metódio pela região do leste europeu, que era marcada por uma rivalidade gerada pela divisão entre evangelizadores "Latinos" e "Germânicos",  obrigando Clemente a se afastar da cidade por conta de um bispo que não aceitava os "rituais germânicos".
Devido à perseguição gerada por esta rivalidade São Clemente de Ochrida acabou fugindo para a Bulgária, onde além de um refúgio seguro encontrou um novo campo para atuar, trabalhando na simplificação do alfabeto para facilitar seus estudos. Além do mais converteu para o cristianismo o próprio rei, que decidiu deixar o torno para o retiro em um mosteiro. Os sucessores apoiaram Clemente fortemente, o nomeando "primeiro bispo de língua búlgara" comandando a principal diocese daquele país.
Amava a cidade de Ochrida e apesar de seu desejo de se escolher a cidade para a construção de uma escola e mosteiro, onde pretendia realizar seu retiro na velhice. Porém precisava escolher e instruir um Bispo substituto.
São Clemente de Ochrida faleceu em 27 de julho de 916 na cidade de Velika, porém seu corpo foi sepultado no mosteiro da cidade de Ochrida, onde passou a ser venerado pela população.

domingo, 26 de julho de 2020

Santo do dia 26/07 - Santa Ana e São Joaquim, avós de Jesus


Relembremos a história dos pais de Nossa Senhora, e avós de Nosso Senhor Jesus cristo Santa Ana e São Joaquim.
Santa Ana e São Joaquim são um dos grandes milagres que vemos nas histórias, pois conta a história que apesar da idade avançada os dois não possuíam filhos devido a esterilidade, e isto os causava grande sofrimento, já que para os judeus não ter filhos era um sinal de maldição de Deus. Porém eles nunca desistiram de sua fé, e após muitas orações e muita fé Ana Engravidou, estava esperando Maria.
Era um grande milagre para o casal, Maria nasceu, já com a missão de gerar o Filho de Deus. Podemos atestar a santidade de Santa Ana e São Joaquim através da santidade de Maria, pois como diz um antigo provérbio: "pelos frutos conhecemos as árvores". Maria, ao nascer, não só tirou dos ombros dos pais o peso de uma vida de medo de uma maldição, mas ainda recompensou-os pela fé, ao ser escolhida no futuro para ser a Mãe do Filho de Deus.
Maria recebeu no lar formado por seus pais todo o tesouro das tradições da Casa de Davi que passavam de uma geração para outra; foi no lar que aprendeu a dirigir-se a Deus com imensa piedade; foi no lar que conheceu as profecias relativas à chegada do Messias.
São Joaquim e Santa Ana, pais Maria, foram, no seu tempo e nas circunstâncias históricas concretas, um elo precioso do projeto da salvação da humanidade.

sábado, 25 de julho de 2020

Santo do dia 25/07 - São Tiago, o Maior


Relembremos a história de São Tiago Maior, nasceu em Betsaida, era filho de Zebedeu e Salomé, e irmão de João, o Evangelista.
São Tiago era pescador assim como seu irmão João, sendo chamado por Jesus Cristo para ser seu discípulo, e aceitou o chamado do Nosso Senhor, deixando sua vida antiga para seguir os passos do Mestre.
São Tiago era conhecido dentre os apóstolos por ser um grande amigo de Jesus, fazendo parte do grupo mais próximo de Cristo, que era formado por: João, Tiago e Pedro, testemunhando, assim, milagres e acontecimentos como a cura da sogra de Pedro, a Transfiguração de Jesus, entre outros.
Também sendo conhecido por viver seu discipulado com fidelidade São Tiago responder concretamente aos desígnios de Deus apenas após a vinda do Espírito Santo em Pentecostes, inclusive este testemunho sendo visto no livro de Atos, pois ele foi o primeiro dos doze apóstolos a sofrer o martírio pelo Evangelho: “Por aquele tempo, o rei Herodes tomou medidas visando maltratar alguns membros da Igreja. Mandou matar à espada Tiago, irmão de João” (At 12,1-2).
Segundo uma tradição, antes de ser martirizado, São Tiago abraçou um carcereiro e lhe desejou “a Paz de Cristo”. Ato que converteu o carcereiro que assumiu a fé em Jesus Cristo, e seria martirizado junto do apóstolo.
Existe ainda outra tradição sobre os lugares em que São Tiago passou, levando a Boa Nova do Reino. Dentre estes lugares, a Espanha onde, a partir do Século IX, teve início a devoção a São Tiago de Compostela.

sexta-feira, 24 de julho de 2020

Santo do dia 24/07 - São Charbel Makhlouf


Youssef Zaroun Makhouf nasceu no Líbano, aos 3 anos perdeu o pai e passou para a tutela do tio paterno, Tanios. 

O seu livro favorito era a “Imitação de Cristo” de Thomas Kempis. Com 23 anos ele tomou o nome de Charbel em memória do mártir do século segundo, e entrou no Mosteiro Maronita em Annaya. 

Ele tinha uma grande devoção a Sagrada Eucaristia e era conhecido como uma pessoa que levitava durante as suas preces e curava vários doentes apenas com a sua benção.

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Santo do dia 23/07 - Santa Brígida da Suécia


Relembros a história de Santa Brígida nasceu na Suécia, descendente da família real que mantinha muitas obras de caridade para a população pobre.
Aos 7 anos, Santa Brígida da Suécia começou a ter visões, a maioria da crucificação de Jesus Cristo, um sinal de sua ligação com a vida religiosa.
Santa Brígida da Suécia casou-se aos 13 anos com o príncipe Ulfo de Nércia, em um casamento arranjado, como era costume na época.
Após a morte de Ulfo, Santa Brígida da Suécia saiu em peregrinação a Compostela e passou a perseguir a vida religiosa tornando-se uma cisterciense franciscana.
Após alguns anos de vida religiosa Santa Brígida da Suécia fundou a ordem da Mais Sagradas Salvadoras em Vadstena e sempre aconselhava a todos para a meditação na Paixão sobre Jesus Crucificado.

quarta-feira, 22 de julho de 2020

Santo do dia 22/07 – Santa Maria Madalena


Natural de Mágdala, na Galileia, Maria Madalena foi contemporânea de Jesus Cristo, tendo vivido no Século I. O testemunho de Maria Madalena é encontrado nos quatro Evangelhos: “Os doze estavam com ele, e também mulheres que tinham sido curadas de espíritos maus e de doenças. Maria, dita de Mágdala, da qual haviam saído sete demônios…” (Lc 8,1-2).
Após ter sido curada por Jesus, Maria Madalena coloca-se a serviço do Reino de Deus, fazendo um caminho de discipulado, de seguimento a Nosso Senhor no amor e no serviço. E este amor maduro de Maria Madalena levou-a até ao momento mais difícil da vida e da missão de Nosso Senhor, permanecendo ao lado d’Ele: “Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe e a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena” (Jo 19,25).
Maria Madalena foi a primeira testemunha da Ressurreição de Jesus: “Então, Jesus falou: ‘Maria!’ Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: ‘Rabûni!’ (que quer dizer: Mestre)” (Jo 20,16).
A partir deste encontro com o Ressuscitado, Maria Madalena, discípula fiel, viveu uma vida de testemunho e de luta pela santidade.
Existe também uma tradição de que Maria Madalena, juntamente com a Virgem Maria e o Apóstolo João, foi evangelizar em Éfeso, onde depois veio a falecer nesta cidade.
O culto à Santa Maria Madalena no Ocidente propagou-se a partir do Século XII.
Santa Maria Madalena, rogai por nós!
Outros Santos do mesmo dia: Atão, Cirilo de Antioquia, André (márts.); Hilário (bispo); Meneleu (ab); Osen, Pancário (bispo); Platão, Síntiques, Teófilo, Vandregísilo e Gualtério (cf).

terça-feira, 21 de julho de 2020

Santo do Dia 21 de Julho - São Lourenço de Brindes


Presbítero da Igreja, o santo de hoje é reconhecido como Doutor, pois amou, aprofundou, serviu e com ardor comunicou a Sã Doutrina Católica. Nascido em Brindes, na Itália, no ano de 1559, São Lourenço entrou na família franciscana, como Capuchinho e chegou a Superior Geral.
Homem de Deus e conciliador da maneira franciscana de viver com as necessidades da época, como pregador espalhou a Palavra de Deus em muitos lugares, como Itália, Espanha, Portugal, França, Bélgica, Holanda. 
Conhecedor do hebraico, aramaico, caldeu, grego, latim, alemão, italiano e outras línguas, pôde - como teólogo e apologista - aprofundar nos estudos das Sagradas Escrituras e bradar pelos quatro cantos da Igreja e do mundo a Verdade, pois o protestantismo se alastrava, assim como diversas heresias.
São Lourenço fugia constantemente das honras e, além de dormir no chão, levantava-se à noite para rezar e se alimentava somente de pão, água e verduras, como penitência. Além de grande propagador da Palavra, foi quem muito lutou para vivê-la, por isso, ao ocupar a função de diplomata da Igreja, serviu de pacificador durante a ameaça de invasão por parte dos turcos. 
São Lourenço, que entrou no Céu com 60 anos, deixou muitos escritos, os quais externam o amor pela Palavra de Deus: "A Palavra de Deus é luz para a inteligência, fogo para a vontade, para que o homem possa conhecer e amar a Deus... 
É martelo contra a dura obstinação do coração, nos vícios contra a carne, o mundo e o demônio; é espada que mata todo o pecado".

segunda-feira, 20 de julho de 2020

Santo do Dia 20 de Julho - Santa Margarida

Margarida nasceu no ano 275 na Antioquia de Pisidia, uma florescente cidade da Ásia Menor. Órfã de mãe desde pequena e filha de um sacerdote pagão e idólatra, Margarida tinha tudo para jamais se aproximar de Deus, se "algo" não acontecesse.
E algo divino aconteceu: o pai acabou confiando sua educação a uma ama extremamente católica e a vida de Margarida enveredou por outro caminho. Caminho que a levaria à santidade.
Cresceu inteligente e muito dedicada às coisas do espírito. Mas o pai começou a perceber que ela não ia aos cultos ou mesmo ao templo, para participar dos sacrifícios aos deuses. Sem suspeitar que, à noite, ela participava de cultos cristãos. Como não podia sequer imaginar tal fato, alguém tratou de abrir seus olhos. Foi aí que começou o suplício de Margarida. 
Ele exigiu que ela abandonasse o cristianismo. Como ela se recusou, primeiro lhe impôs um severo castigo, mandando a jovem para o campo trabalhar ao lado dos escravos. Depois, como nem a força fazia a filha mudar de ideia, entregou-a ao prefeito local para que fosse julgada pelo "crime de ser cristã". 
O martírio da jovem Margarida foi tão terrível e de resultados tão fantásticos, que se tornou uma das páginas da tradição cristã mais transmitida através dos séculos.
Justamente por ter sido tão cruel, o povo se apegou de tal forma ao sofrimento da jovem que à sua narrativa se acrescentaram fatos lendários. O certo foi que primeiro ela foi levada à presença do juiz e prefeito e diante dele se negou a abandonar a fé cristã. Foram horas de pressão e tortura psicológica que, por fim, viraram tortura física. Margarida foi açoitada, depois teve o corpo colocado sobre uma trave e rasgado com ganchos de ferro. 

Dizem que a população e até mesmo os carrascos protestaram contra a pena decretada. No dia seguinte, ela apareceu sem o menor sinal de sofrimento à frente do governante. Este, irado com o estranho fato, determinou que ela fosse assada viva sobre chapas quentes. Novamente a comoção tomou conta de todos, pois nem assim a jovem morria ou demonstrava sofrer. Diz a tradição, que Margarida teria sido visitada no cárcere pelo Satanás, em forma de um dragão que a engoliu. Mas, Margarida conseguiu sair do seu ventre, firmando contra ele o crucifixo que trazia nas mãos. 

Ela foi então jogada nas águas de um rio gelado. Quando saiu de lá viva, com as correntes arrebentadas e sem sinal das torturas aplicadas, muita gente ajoelhou-se, converteu-se e até se ofereceu para morrer no lugar dela. Mas o prefeito enfurecido mandou que a decapitassem. Ela morreu no dia 20 de julho de 290, com a idade de quinze anos. 

O seu corpo foi recolhido e levado para um lugar seguro, onde foi enterrado pelos cristãos convertidos, passando a ser venerada em todo o Oriente. No século X foi trasladado para a Itália e desde então seu culto se difundiu também em todo o Ocidente. 

De tal modo, que Santa Margarida foi incluída entre os "Catorze Santos Auxiliadores", aos quais o povo cristão recorre pela intercessão nos momentos mais difíceis. Santa Margarida e solicitada para proteger as grávidas dos partos difíceis.