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domingo, 12 de julho de 2020

Como receber a absolvição dos pecados sem a Confissão sacramental? A contrição perfeita

[Utilíssimos esclarecimentos dados pelo Pe. Leonardo Wagner, pároco da Par. Pessoal
Nª Sª do Rosário de Fátima e Sto. Antônio de Pádua no Rio de Janeiro]


EXISTE UM MEIO pelo qual Deus perdoa os nossos pecados antes mesmo da Confissão; este meio é a contrição perfeita. Estamos tratando de algo extremamente importante nos nossos tempos, em que as igrejas encontram-se fechadas por força de uma pandemia, e é difícil encontrar um padre para ouvir a nossa confissão. Assim, todos aqueles que cometeram pecados graves e que desgraçadamente se encontram impedidos de confessá-los, saibam que sempre teremos esse precioso recurso para a reconciliação sem demora com Deus. Mas o que vem a ser a contrição perfeita, afinal?

Como ser perdoado por Deus sem ir ao sacerdote para confessar os nossos pecados? Há algum meio de receber o perdão dos pecados graves sem confissão? Os padres não estão atendendo confissões por causa do coronavírus, o que fazer? Vejamos...

Em sua infinita misericórdia, Deus pôs à disposição de seus filhos, para a sua santificação, uma incomensurável quantidade de dons e graças. Alguns desses favores divinos, Ele os dispensa a todo e qualquer fiel. Outros, em sua sabedoria, o Criador os reserva a algumas almas eleitas: é o caso dos dons como o da profecia, o de fazer milagres e outros, concedidos apenas em determinadas circunstâncias, de acordo com as necessidades da Santa Igreja.

Há um outro dom divino muito especial, mas que não é reservado a alguns. Antes, esta graça divina maravilhosa está sempre ao alcance de todos os fiéis, sem qualquer exceção. Mais ainda, esse dom é de fundamental importância na vida espiritual de todo batizado. Estamos falando da contrição perfeita.

A contrição – ou arrependimento – é a dor de alma que a pessoa sente por haver pecado; essa dor só é verdadeira quando o pecador detesta a má ação praticada e tem o firme e honesto propósito de não mais pecar. Por exemplo, se um marido adúltero se diz arrependido pelo seu pecado, mas não tem intenção de terminar o relacionamento com sua mante, isto é, não tem verdadeiro horror ao pecado em si e nem esta determinado a abandoná-lo, nem faz o real propósito de se corrigir, então não está contrito.

Para ser autêntica, a contrição precisa ser interna, ou seja, provir de fato da alma, não pode reduzir-se a meras palavras pronunciadas.

Deve também ser geral, isto é, abranger todos os pecados, ao menos todos os pecados mortais. É necessário, por fim, que ela seja sobrenatural, quer dizer, que tenha por base alguma verdade da Fé: o temor a Deus, que tem o direito de ser obedecido, o amor a Deus que primeiro nos ama, o desejo do Céu pela proximidade com Deus, etc.

Se alguém rouba e depois se arrepende porque está em risco de ser preso, isso não é autêntica contrição, pois se baseia em motivos meramente naturais. A essência da contrição perfeita, pois, é a vontade de afastar-se do pecado

O melhor de tudo, como já foi dito, é que a graça do arrependimento está ao alcance de todos.

Para obtê-la, basta manifestar a Deus com sinceridade de alma o seu pesar por tê-Lo ofendido e o firme propósito de não tornar a pecar.

“A essência da contrição está na alma, na vontade de afastar-se deveras do pecado e converter-se a Deus”, afirma o Padre Johann von den Driesch.

Exemplos de verdadeira contrição


Vejamos um belíssimo exemplo de contrição perfeita, tirado do Evangelho.

No pátio da casa do sumo sacerdote Caifás, São Pedro negou três vezes a Jesus. Em seguida, saiu e “chorou amargamente” (Mt 26, 75).

Por que chorou São Pedro? Se fosse pelo fato de passar vergonha diante dos outros Apóstolos, seria uma dor meramente natural, não existiria verdadeira contrição. Se fosse por medo de ser excluído do Reino de Cristo, ele teria uma contrição autêntica, mas imperfeita.

Ele chorou, porém, por um motivo muito elevado, como diz o Padre von den Driesch: “Pedro arrepende- se e chora, antes de tudo, porque ofendeu a seu amado Mestre, tão bom, tão santo, tão digno de ser amado […].

Tem, pois, verdadeira e perfeita contrição”.

Os Evangelhos nos narram mais um magnífico exemplo de contrição perfeita: o da pecadora que se prostra aos pés de Jesus, banha-os com suas lágrimas, enxuga-os com seus cabelos, beija-os e, por fim, os unge com perfumes. E o Divino Mestre declara que “seus numerosos pecados lhe foram perdoados, porque ela muito amou” (Lc 7, 47).

A contrição perfeita não desobriga da Confissão

Que pela contrição perfeita o pecador obtém o perdão dos seus pecados antes mesmo de confessar-se é doutrina afirmada no Concílio de Trento (14ª sess., cap. 4).

Entretanto, adverte o mesmo Concílio, ela não dispensa o pecador da necessidade de acusar-se de todos os seus pecados mortais no Sacramento da Confissão e de receber a absolvição do ministro de Deus. De modo que no próprio ato de contrição perfeita deve estar incluído o propósito de confessar-se[2] Quanto tempo depois? É pelo menos muitíssimo aconselhável confessar- se logo que possível.

“Mas é tão difícil ter contrição perfeita!” – poderá alguém pensar.

Puro engano! Para dar-nos essa graça, Deus exige de nós uma atitude bem ao nosso alcance: desejá-la realmente e pedi-la com insistência.

O Padre Johann von den Driesch sugere, entre outras, esta curta oração: “Senhor, dai-me a graça do perfeito arrependimento, da perfeita contrição dos meus pecados”. A quem assim pede, com boa vontade e de coração sincero, Deus não deixará de atender.

Efeitos da contrição perfeita

Mesmo que a prática da contrição perfeita não possibilite o retorno à Comunhão sacramental, antes da Confissão a um sacerdote tão logo quanto possível, para aqueles que cometeram pecado mortal, ainda assim são maravilhosos os efeitos e benefícios que nos obtém, a começar pelo maior deles: a liberação da pena do Inferno. "Só" esse benefício já faria valer a pena sua prática. Vejamos:

A quem é pecador, a contrição perfeita perdoa imediatamente os pecados cometidos, devolvendo- lhe a graça santificante pela qual ele volta a ser filho de Deus, livrando- o das penas do Inferno e restituindo- lhe os méritos perdidos.

Dir-se-á, então, que a contrição perfeita beneficia apenas a quem cometeu pecado mortal. Não é verdade, pois ela robustece o estado de graça naqueles que não o perderam. Cada ato de contrição perfeita aumenta o grau da graça santificante em nossa alma, tornando-a mais formosa aos olhos de Deus!

Eis aí, leitor, um imenso dom que Deus deixou ao nosso alcance. Saibamos bem aproveitar esta dádiva celeste, procurando fazer diariamente muitos atos de contrição perfeita. Pois, além dos benefícios enumerados acima, quem se habitua a fazê-los com freqüência os repetirá, por assim dizer, instintivamente na hora da morte.

Portanto, uma prática benéfica também nos casos de pecados veniais, ou até mesmo quanto às imperfeições. Saibamos aproveitar a imensa bondade do Criador que nos dá essa misericordiosa oportunidade de nos apresentarmos diante d'Ele limpos do pecado!



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Fontes e ref.:
Driesch , Johann von den. A Contrição Perfeita – uma chave de ouro para o Céu, Tip. São Francisco, Bahia, 1913.

domingo, 20 de julho de 2014

O que é a Eucaristia?



“Na Eucaristia, nós partimos o único pão que é remédio de imortalidade, antídoto para não morrer, mas para viver em Jesus Cristo para sempre”
(Santo Inácio de Antioquia)



O que é a Eucaristia? É o próprio sacrifício do Corpo e do Sangue do Senhor Jesus, que Ele instituiu para perpetuar pelos séculos, até seu retorno, o sacrifício da cruz, confiando assim à sua Igreja o memorial de sua Morte e Ressurreição. É o sinal da unidade, o vínculo da caridade, o banquete pascal, no qual se recebe Cristo, a alma é coberta de graça e é dado o penhor da vida eterna.

Quando Cristo instituiu a Eucaristia? Instituiu-a na Quinta-feira Santa, “na noite em que ia ser entregue” (1Cor 11,23), celebrando com os seus Apóstolos a Última Ceia.

O que representa a Eucaristia na vida da Igreja? É fonte e ápice de toda a vida cristã. Na Eucaristia, atingem o seu clímax a ação santificante de Deus para conosco e o nosso culto para com Ele. Ele encerra todo o bem espiritual da Igreja: o mesmo Cristo, nossa Páscoa. A comunhão da vida divina e a unidade do Povo de Deus são expressas e realizadas pela Eucaristia. Mediante a celebração eucarística, já nos unimos à liturgia do Céu e antecipamos a vida eterna.

Como Jesus está presente na Eucaristia? Jesus Cristo está presente na Eucaristia de modo único e incomparável. Está presente, com efeito, de modo verdadeiro, real, substancial: com o seu Corpo e o seu Sangue, com a sua Alma e a sua Divindade. Nela está, portanto, presente de modo sacramental, ou seja, sob as espécies eucarísticas do pão e do vinho, Cristo todo inteiro: Deus e homem.

O que significa transubstanciação? Transubstanciação significa a conversão de toda a substância do pão na substância do Corpo de Cristo e de toda a substância do vinho na substância do seu Sangue. Essa conversão se realiza na oração eucarística, mediante a eficácia da Palavra de Cristo e da ação do Espírito Santo. Todavia, as características sensíveis do pão e do vinho, ou seja, as espécies eucarísticas, permanecem inalteradas.

O que se requer para receber a santa comunhão? Para receber a santa Comunhão, deve-se estar plenamente incorporado à Igreja católica e estar em estado de graça, ou seja, sem consciência de pecado mortal. Quem estiver consciente de ter cometido um pecado grave deve receber o sacramento da Reconciliação antes de se aproximar da comunhão. Importantes são também o espírito de recolhimento e de oração, a observância do jejum prescrito pela Igreja e a atitude do corpo (gestos, roupas), em sinal de respeito a Cristo.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

O devido respeito para com a Sagrada Eucaristia.

                                                                                         

Apesar de toda catequese da Igreja sobre a Eucaristia, ainda hoje Jesus é muito desrespeitado e profanado na Hóstia Santa
Os Sacramentos que Cristo deixou na Igreja transmitem a graça da salvação que Ele conquistou pela sua morte e ressurreição; mas a sagrada Eucaristia vai mais além, porque  é o centro da fé católica; é o maior de todos os Sacramentos porque nele Cristo está vivo, em corpo, sangue, alma e divindade.
Há dois mil anos, desde que pela primeira vez Jesus celebrou a Eucaristia na Santa Ceia, nunca mais a Igreja deixou de realizá-la. Além disso, Cristo na Hóstia sagrada, vítima oferecida em sacrifício, é guardado nos Sacrários para ser adorado pelos fiéis e levado aos doentes. Mas, apesar de toda catequese da Igreja sobre a Eucaristia, ainda Jesus é muito desrespeitado e profanado na Hóstia santa.
Uma dessas profanações acontece quando alguém, ciente de que está em pecado grave, comunga sem se confessar com o sacerdote. São Paulo nos lembra da gravidade de Comungar sem estar em condições para isso. Ele diz: “Assim, todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice lembrais a morte do Senhor, até que venha. Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do corpo e do sangue do Senhor. Que cada um se examine a si mesmo, e assim coma desse pão e beba desse cálice. Aquele que o come e o bebe sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação. Esta é a razão por que entre vós há muitos adoentados e fracos, e muitos mortos”. (1 Cor 11,26-30)
É claro que não devemos deixar de Comungar por qualquer falta cometida, mas quando o pecado é grave, mortal, é indispensável a Confissão. Não se pode receber Aquele que é Santo em um coração que não esteja purificado.
Outra profanação seríssima contra a Eucaristia é o uso de Hóstias consagradas para a chamada “missa negra” realizada em cultos demoníacos. São Paulo fala da grandeza do Corpo de Cristo na Eucaristia: “O cálice de bênção, que benzemos, não é a comunhão do sangue de Cristo? E o pão, que partimos, não é a comunhão do corpo de Cristo?…  As coisas que os pagãos sacrificam, sacrificam-nas a demônios e não a Deus. E eu não quero que tenhais comunhão com os demônios. Não podeis beber ao mesmo tempo o cálice do Senhor e o cálice dos demônios. Não podeis participar ao mesmo tempo da mesa do Senhor e da mesa dos demônios”. (1Cor 10,16-21).

segunda-feira, 5 de março de 2012

A importância dos sacramentos.


Muitos católicos possuem dúvidas de fé, mesmo entre os mais inseridos em diversas pastorais. Diante desta realidade o Papa Bento XVI tem se pronunciado constantemente sobre a importância do estudo do Catecismo da Igreja Católica (CIC) para o revigoramento dos conteúdos fundamentais da fé. Prova disso é a Carta Apostólica sob forma de Motu Proprio – PORTA FIDEI, na qual o Santo Padre proclamou que a partir de 11 de outubro a Igreja viverá o "Ano da Fé".
O Sumo Pontífice afirma, nesta carta, que no ano em questão, o Catecismo da Igreja Católica poderá ser um verdadeiro instrumento de apoio da fé e de formação dos cristãos neste tempo tão complexo. Certamente, o conhecimento da fé leva a uma vivência mais autêntica dos sacramentos e aproxima o homem dos mistérios de Cristo.
Mas o que são sacramentos? Quais são eles? Qual é a relação entre sacramento e fé? Por que eles são eficazes? O que é a graça sacramental? E outras perguntas deste gênero a respeito do sacramento são constantes na vida do cristão.
Fundamentado no Catecismo da Igreja Católica encontramos tais respostas que seguramente contribuem não apenas para o conhecimento intelectual, mas sobretudo para a intimidade com Cristo, razão única da vivência da fé. Os parágrafos 1113 a 1134 são dedicados ao Ministério Pascal nos Sacramentos da Igreja.
O Catecismo da Igreja Católica afirma que os  sacramentos são sinais sensíveis e eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja, mediante os quais nos é concedida a vida divina. São sete os sacramentos: Batismo, Confirmação – Crisma, Eucaristia, Penitência – Confissão, Unção dos enfermos, Ordem e Matrimônio.
Os sacramentos são necessários para a salvação, porque conferem as graças sacramentais como o perdão dos pecados, a adoção de filhos de Deus, a conformação a Cristo Senhor e a pertença à Igreja. O Espírito Santo cura e transforma aqueles que os [sacramentos] recebem. Estes sinais Cristo confiou à sua Igreja, portanto, os sacramentos são da Igreja, sendo ação de Cristo, e a edificando. Eles são eficazes porque é Cristo que neles age e comunica a graça que significam, independentemente da santidade pessoal do ministro, ainda que os frutos dos sacramentos dependam também das disposições de quem os recebe. Existe uma relação íntima entre os sacramentos e a fé, estes não apenas supõem a fé como também, por meio das palavras e elementos rituais, a alimentam, fortificam e exprimem. Ao celebrá-los, a Igreja confessa a fé apostólica, isto é, a Igreja crê no que reza.
Portanto, os sacramentos possuem um selo espiritual de proteção divina, configurando o cristão a Cristo, sendo, pois, consagrado ao culto divino e ao serviço da Igreja. Enfim, neles há uma graça do Espírito Santo, dada por Cristo e própria de cada sacramento. Essa graça ajuda o fiel no seu caminho de santidade, bem como no crescimento da caridade e do testemunho. Dessa forma, o mergulho profundo no mistério dos sacramentos, por intermédio do conhecimento da fé, conduz o cristão ao próprio Cristo.