Com a celebração da Quarta-feira de Cinzas, nós começamos um novo caminho quaresmal que se estende por quarenta dias e nos conduz à alegria da Páscoa do Senhor, à vitória da vida sobre a morte. A Quaresma é um tempo de conversão, tempo de mudarmos a rota do nosso coração, sairmos do nosso egoísmo, que nos fecha em nós mesmos, e nos voltarmos ao amor de Deus e de nossos irmãos.
Assim como Jesus foi conduzido pelo Espírito Santo ao deserto (cf. Mt 4,1), esse tempo litúrgico quer nos colocar numa atitude de revisão concreta de vida por meio da oração, do jejum e doexercício da caridade, para que nos tornemos sensíveis ao apelo desse mesmo Espírito, que quer nos levar ao deserto para nos falar ao coração (cf. Os 2,14).
A oração deve nos lançar em Deus, no Seu amor incondicional por cada um de nós, pois Ele nos ama como somos, por isso não quer nos deixar como estamos. Ele quer nos fazer melhores, mais livres e mais felizes. Contudo, só com um coração orante, em diálogo constante com o Grande Amigo, seremos capazes de escutar a voz d’Ele e de acolher a Sua vontade.
A prática do jejum quer nos devolver o equilíbrio. Muitas vezes, com a correria de nossa vida, os desequilíbrios vão nos tomando a ponto de não controlarmos mais nada e vivermos movidos por nossos desejos e impulsos mais instintivos. Os Santos Padres da Igreja já ensinavam que quem não consegue controlar a boca, não controla mais nada em sua vida. O jejum é a arma eficaz para dizer às nossas vontades mais primitivas que elas possuem um lugar em nossa vida e não o controle dela.
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